
Os Homens da Luta ganharam o Festival que-não-é-bem da Canção com uma coisa que-não-é-bem uma música. Vão por isso representar a música portuguesa em Düsseldorf no Festival Eurovisão da Canção 2011 e há quem esteja revoltado, mas eu não percebo bem porquê. No fim de contas, ao contrário de outros anos em que ainda tentámos levar à Europa alguma coisa que se assemelhasse com uma música, este ano finalmente vamos ter algo representativo da qualidade musical que é apresentada no Festival RTP da Canção. Rita Guerra? Luciana Abreu? Nonstop, Sabrina!? Juntem a Claudisabel e podemos exportar isto para o Irão como arma de destruição maciça.
Na verdade, a vitória dos Homens da Luta é representativa de todo um panorama nacional. Por exemplo, nas eleições que não são bem presidenciais, votamos em candidatos que não seriam presidentes nem no Burkina Faso. Nos reality shows, que já pouco têm de reais, normalmente ganha aquele gajo que parece que veio de outra realidade. E para não irmos mais longe, até a Grécia ganhou o Europeu em Portugal com uma coisa que não era bem uma equipa de futebol.
Portanto, está tudo bem, não há problema nenhum, caminhamos gloriosamente para um Portugal melhor, em que teremos treinadores de futebol como presidentes da república, engenheiros nas caixas de supermercado, e Lyonce Viiktórya como embaixadora da boa vontade pela UNESCO.